"Faleceu ontem, aos 87 anos em conseqüencia de múltipla falha orgânica, o escritor português José Saramago." (Fonte: Site G.1)
Nascido em 16 de novembro de 1922, José de Sousa Saramago cresceu em Lisboa com sua família humilde e aos 25 anos se tornou autoditata, publicando o seu primeiro romance Terra do Pecado (1947). Depois de Terra do Pecado, Saramago apresentou ao seu editor o livro Clarabóia, que depois de rejeitado, permanece inédito até a data de hoje, sendo que depois disso, o mesmo persiste nos esforços literários e dezenove anos depois – então funcionário da Editorial Estudos Cor - troca a prosa pela poesia lançando Os Poemas Possíveis. Num espaço de cinco anos, depois, publica sem alarde mais dois livros de poesia, Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando a Estudos Cor para trabalhar no Diário de Notícias, depois no Diário de Lisboa. Em 1975, retorna ao Diário de Notícias como director-adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de Novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista: "(…) Estava à espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem. É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: "Não vou procurar trabalho", disse Saramago em entrevista à revista Playboy, em 1988.
Daí em diante foram inúmeras obras que contribuiram muito para o aumento da cultura humana. Ficou muito conhecido pelo uso da prosa e levá-la a reconhecimento internacional, ganhando o Prêmio Camões por isso.
Teve a sua carreria envolvida em algumas polêmicas como acusações de anti-semitismo (ver quadro).Por frequentemente fazer uso dos seus direitos fundamentais de liberdade religiosa e de liberdade de expressão, Saramago encontrou sempre fortes críticas e oposição na Igreja Católica, que não aceita o exercício dessa liberdade democrática de Saramago (daí o facto de ele se referir a esta como "fascista" com frequência). Os protestantes (ou evangélicos) já declararam publicamente apoiar a liberdade de expressão do autor.E essa relação de tensão com a Igreja Católica é agravada devido à origem portuguesa de Saramago, local onde o catolicismo ainda é muito forte e discuti-lo ainda é um tabu.
Mesmo com todas as polêmicas, Jose Saramago não deixou de ser o grande escritor (dramaturgo, poeta, jornalista e etc) que foi e ganhou o Nóbel de Literatura em 1998 (primeiro premio concedido a um escritor de língua portuguesa).
No últimos tempos sofria com problemas de saúde como leucemia e insuficiência respiratória e devido a isso passou por várias internações. Faleceu em casa, as 12:30 acompanhado da sua familia e equipe de médicos.
OBRAS:
Romances
"Terra do pecado" (1947)
"Manual de pintura e caligrafia" (1977)
"Levantado do chão" (1980)
"Memorial do convento" (1982)
"O ano da morte de Ricardo Reis" (1984)
"A jangada de pedra" (1986)
"História do cerco de Lisboa" (1989)
"O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1991)
"Ensaio sobre a cegueira" (1995)
"Todos os nomes" (1997)
"A caverna" (2000)
"O homem duplicado" (2002)
"Ensaio sobre a lucidez" (2004)
"As intermitências da morte" (2005)
"As pequenas memórias" (2008)
"A viagem do elefante" (2008)
"Caim" (2009)
Peças teatrais
"A noite"
"Que farei com este livro?"
"A segunda vida de Francisco de Assis"
"In nomine dei"
"Don Giovanni ou O dissoluto absolvido"
Contos
"Objecto quase"
"Poética dos cinco sentidos - O ouvido"
"O conto da ilha desconhecida"
Poemas
"Os poemas possíveis"
"Provavelmente alegria"
"O ano de 1993"
Crônicas
"Deste mundo e do outro"
"A bagagem do viajante"
"As opiniões que o DL teve"
"Os apontamentos"